sábado, 9 de abril de 2011

Que Mundo é esse?

Que mundo é esse?
Infelizmente eu não irei comentar sobre a música da Legião Urbana que embalou multidões na década de oitenta.

O que acontece é que eu ainda estou tentando entender o que está acontecendo ao mundo nos últimos anos. A década de 2000, surgiu como uma década marcada pelo avanço da tecnologia, mas também pelas constantes notícias de que crianças armadas invadiam seus colégios matando seus amigos.

Gostaria que tais coisas estivessem longe do Brasil, e estavam até quinta-feira dia sete de abril de dois mil e onze. Eu não sei o que assusta mais, se são crianças matando seus próprios amigos, ou se é um homem completamente desequilibrado e com treinamento militar invadir uma escola e matar mais de 20 pessoas – crianças – inocentes.

O que está acontecendo com essa juventude? Será que todo esse protecionismo exagerado está estragando toda uma geração? São jovens que matam os pais, avós, amigos, primos ou quem der o azar de aparecer na sua frente. Lembro-me da minha época de colégio, nós queríamos brincar de queimada (Ou cemitério dependendo de onde você cresceu), discutir sobre o novo trabalho de bandinhas infantis. Quando escutávamos alguma notícia relacionada a armas, era porque algum pai descuidado deixou seu filho brincar com ela.

Pessoas senis que invadem uma escola procuram meticulosamente determinada série (Ou ano, como preferir), espera todos os alunos entrarem e começar a rajada de tiros era uma coisa que só víamos em filmes, e daqueles de terror que os pais insistiam em impedir que víssemos.

Seria o final dos tempos, meu Deus? São crianças. Todos nós sabemos que as crianças tendem a ter um grau de crueldade alto, pois elas usam de maneira exagerada sua sinceridade, mas cometer tais atos? Isso é patologia.

O que assusta mais é a forma premeditada como esses crimes são cometidos. Aqueles dois rapazes nos Estados Unidos, por exemplo, passaram dois anos planejando a forma brutal que eles iriam invadir a escola, e o ataque só não foi pior porque as bombas que eles haviam fabricado, falharam. BOMBAS! Eles deveriam estar tentando passar mais uma fase do Mário e não fabricando bombas.
Então, todos começam a querer buscar justificativas para o injustificável... “Mas ele era alvo de bullying”. Bullying – palavra nova adotada que significa que crianças também podem ser preconceituosas. Se formos puxar pela memória, todos nós, algum dia na vida, sofremos tais abusos, seja no colégio, seja na vida. Mas nem por isso as pessoas saem às ruas atirando na primeira pessoa que passar à sua frente.

Eu mesma fui alvo de bullying, pasmem, por um professor de história do Brasil quando estava na quinta série (Acho que hoje seria o equivalente ao 4° ano) – Ele entrava em sala chamando seus alunos de burros, para falar o mínimo. E nem por isso ninguém da minha turma entrou no colégio com uma arma e saiu atirando nos professores ou colegas. No meu caso, aconteceu de eu repudiar História do Brasil e querer mostrar pra ele o que realmente significa SER professor.

E o que mais tem chamado atenção (Caso não tenha é melhor começar a chamar) é que em sua maioria, os autores desses atos são homens. Seria isso uma característica do cromossomo “Y”? Ou os meninos são mais tendenciosos a cometerem atos desesperados por não saber controlar suas emoções? De qualquer forma é assustador. Assustador e preocupante.

O que eu estou querendo dizer é que não há justificativa para o injustificável. O que existe são pessoas desequilibradas, loucas de todo gênero, matando. E para isso não há cura! E ainda não inventaram próteses para um filho morto brutalmente.

E quanto à segurança? Você deixa seu filho no colégio, vai para o trabalho certo de que ele está seguro numa continuação de sua própria casa. Mas aí, uma, duas horas depois você recebe um telefonema do IML (instituto Médico Legal) avisando que você tem que comparecer ao local para o reconhecimento do corpo do seu filho. Agora, imitando um pouco um ator “Han? Quê?”... Você pensa, “eu deixei meu filho na escola não em um campo de guerra.”.

Se nem mais as escolas, as crianças estarão seguras, onde mais?

Vanessa (Lobinha)

3 comentários:

  1. O assunto me deixou sem fala nos últimos dias. A única coisa que conseguia dizer, ao ver as fotos das crianças mortas na vinheta do JN era "Meu Deus", por não encontrar qualquer outra palavra que expressasse meus sentimentos quanto ao ato. A única coisa que conseguia era imaginar que essas mesmas crianças acompanharam, anos antes, casos de assassinatos brutais de crianças, como o de Isabela Nardoni, sem jamais imaginar que seriam vítimas de um poucos anos depois.

    Continuo, como dá pra ver, sem conseguir expressar em palavras meu sentimento sobre.

    ResponderExcluir
  2. Vanessa, o seu texto foi brilhante. Eu também ainda não consegui assimilar tudo isso. Confesso que procurei não ver os noticiários por motivos pessoais. Não posso conceber uma coisa dessas. Na semana passada, um amigo meu da época de escola, policial, foi executado por criminosos. Essa semana acontece esse horror. Sinceramente, esse não é o mundo que eu quero pra mim e pras minhas sobrinhas. O pior é que não tenho a mais vaga idéia do que podemos fazer.

    ResponderExcluir
  3. Pelo jeito, a tônica é essa sensação de impotência. Ok, não dava pra prever o ataque do garoto. Mas também não dá pra isolar as crianças numa carceragem. Honestamente, não sei ao certo o que deve ser feito.

    ResponderExcluir