quinta-feira, 28 de abril de 2011

Diga ao povo que eu... abdico!

Nessas de ser o palhaço da turma, eu sempre me lasco.



E nem é mais paranóia minha. Teoria testada e sacramentada. Falo isso de cadeira, não por ser eu o objeto da questão, mas por levar em conta as reações das pessoas. Na infância, era aquela pança que me impedia de socializar. A galera lá, toda reunida no recreio pra jogar futebol, e eu isolado num canto comendo hambúrguer. A saída foi pôr o nariz de palhaço, porque dali pra levar bolinha de papel era um estalar. Não que fosse uma forçação de barra ou um tipo que eu tivesse representando, era só um meio de, digamos, 'ser aceito' ou 'incluído'.



Mas daí que o tempo foi passando e eu cresci [nem tanto, vai]. Na passagem pra adolescência, a mesma situação. Mas ali a coisa apertou um pouco mais, porque eu me vi diante das meninas. Elas lá, cocotinhas toda vida, e eu tendo que chegar junto. Foi nessa hora que o fã de Asimov saltou e eu percebi que, contrariando todas as expectativas, era tímido. Mas não tímido de gaguejar. Pro tímido de gaguejar eu nunca preenchi os requisitos. Era mais coisa de aparecer e pela enésima vez, pôr a capinha do "engraçado" pra tentar entabular um assunto. Na maioria das vezes, funcionava. Mas lá na frente, a corda partia e eu, ao invés de namorado, virava o "melhor amigo". E o que é pior. O melhor amigo "fôfo".



Nada pode ser mais humilhante prum homem do que carregar a pecha do "fôfo". De coração, perguntem pra quem quiser. Não há nada que desestimule mais, que faça mais a tua auto-confiança caminhar pro lixo. E eu me vi assim, do alto dos meus catorze anos, certo de que nunca conseguiria ninguém.



[todos chora]

Mas, de novo, veio o tempo. O senhor das razões, da lucidez. Sorte que eu fui prudente e segui os meus instintos. Da primeira vez que eu levei um fora, depois daquele cosplay de avestruz, eu tirei a cabeça do buraco e cheguei a cogitar o celibato. Fiquei obsessivo com essa idéia, cheguei até a consultar um padre lá da minha escola [é, gente. eu estudei em escola de padre]. Ele não me incentivou, nem tampouco me dissuadiu. Continuei maluco, fixo no seminário, mas aí veio a Grazi. É, a Grazi.




Não essa. Mas essa aqui ó.


[desculpa, não conseguimos uma ibágem maior].


Foi graças à Playboy dela que eu descobri uma coisa que eu já sabia [mas não sabia que sabia], que definitivamente pra padre, eu não servia. E nem era por causa do celibato... que isso, hoje em dia, perdão Vaticano... o povo administra numa boa. Mas é que com criança a gente não trabalha.


Ops. Breve desleixo.

Voltando ao tópico... essa introdução toda, foi pra dizer que eu segui vida afora, carregando a pecha de "fôfo". Logo, contabilizando pouquíssimos amassos, ficadas e namoros na minha ficha no período do Ensino Médio. Pois bem. O tempo passou, e do médio eu vim pro superior. Aqui, encontrei a minha turma. Não que lá atrás eu não tivesse amigos. Mas é que agora, a coisa mudou de figura. Digamos, que eu consigo discutir de igual para igual. Sem contar que eles pensam parecido à beça comigo. E foi nesse 'mundo' que eu conheci a pessoa X, que é muito legal, mas sisuda. A pessoa Y, por sua vez, também conhecida minha, também legal e não tão sisuda, que me ajudou bastante a tirar o meu táxi do "vazio".
Agora, como no clássico de Carlos Drummond de Andrade, a pessoa Y gosta da X, que ninguém sabe se corresponde ou se gosta de alguma outra pessoa. Só que a pessoa Y precisa desesperadamente de uma resposta e tá contando comigo pra conseguir. Fui lá, né, todo bem intencionado e joguei verde pra X, que até agora não esboçou reação.


Das duas uma:


( ) ou X é lento(a) demais pra perceber que Y tá 'se querendo' ou


(X) sou um fracasso como cupido.


De qualquer forma, lavo as minhas mãos. Já tô com meu táxi na pista mesmo.



PS - Perdão pela demora. E brigado pela compreensão, galera do backstage.

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