quarta-feira, 13 de abril de 2011

Calada Noite Preta i'll be back!

Desde o início, a gente tinha estabelecido uma regra por aqui, que era mais ou menos a seguinte: evitar AO MÁXIMO falar de dramaturgia. E vamos ser bem específicos, novelas. Pois é, e foram duas semanas discorrendo sobre assuntos absolutamente relevantes, tipo a devassidão de Sandy e a minha incursão nas artes cênicas, mas daí que o Viva me estréia VAMP e eu não consegui resistir. É assim, num estado de quase catatonia, que venho aqui falar desta irreverente trama de Antonio Calmon, que revolucionou a dramaturgia marcou toda uma geração de crianças e adolescentes.

Já foram ao ar dois capítulos, e parando pra analisar friamente a novela, você começa a se perguntar o POR QUÊ de tanto sucesso. De coração, ela é muito divertida; é verdade que tem ficado nos Trending Topics do Twitter; e é notável que há toda uma geração de pré ou pós balzacas alucinados com a reprise; mas de onde vem tanto interesse? Lá atrás, a resposta podia ser a temática. Mas tá todo mundo careca de saber que, de uns anos pra cá, os vampiros foram praticamente prostituídos... logo esvaziados. (E sim, estou falando com você, Stephanie Meyer, não vira a cara pra lá, não).


OU SEJA. Vamp poderia flopar lindamente e passar em brancas nuvens, como zil reprises por aí. Mas, pessoalmente, acho que isso não acontece por dois motivos: o primeiro, além do saudosismo, é claro... está na simplicidade da narrativa. Vamp é tematicamente ousada, mas isso é o molho; o grosso da história é levado com competência e não apresenta nada de novo. É basicamente uma(s) história(s) de amor. E aí falo do sentimento elevado à inúmeras potências, tipo a paixão de Carmem Maura e Jonas, madura, serena; a obsessão de Vlad por Natasha/Eugênia que o fez atravessar séculos atrás dela e por aí vai...


O segundo motivo é o humor... e o tom trash também, claro. Duvido muito que NINGUÉM tenha notado nos idos de 1991, quando a novela foi ao ar originalmente, o quão RIDÍCULO e OVER era assistir aqueles atores fantasiados (!) falando com dentadura de plástico; isso sem falar na teatralidade das interpretações e das próprias cenas (alguém, por favor, me explica isto):



Mas enfim... supérfluos. Honestidade? Nem os diálogos 'tatibitati' de Tiago Santiago conseguem me fazer desgostar de Vamp; muito menos as citações em demasia dos filhos de Carmem Maura (que o mordomo Eugênio de Vale Tudo já apontou no Twitter como sendo os embriões dos filhos caçulas de Jacques Leclair do remake de Ti Ti Ti - e eu concordo, rs!); porque tudo isto está revestido por uma lépida, jovial e irresistível capa de novidade; que nos remete imediatamente ao lúdico da infância. Até eu, que na época da exibição original, não passava de projeto, assistindo me sinto ingressando numa máquina do tempo e voltando, sei lá, a ter oito... nove anos...

3 comentários:

  1. Gosto demais de Vamp. Já naquela época, a idéia era mesmo fazer rir. No início o público pensou que a novela fosse de terror, mas logo nos primeiros capítulos fica claro que não. Em determinado momento a novela fica meio chatinha, mas nada que apague seu brilho!
    É Vamp!

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  2. Adoro Vamp! Não é minha novela preferida do universo universal, mas me traz lembranças muito boas.

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  3. Vamp foi herdeira direta do nonsense e do besteirol de Armação Ilimitada. Algo inusitado, criativo, e por que não dizer, ousado para se inserir em um folhetim. Uma novela que faz graça de si mesma. Por esses e outros motivos, marcou toda uma geração e hoje em dia, é totalmente cult. Grande novela. E meu sobrinho não é a cara do Sig? hahahah (tá,parei!)

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