sexta-feira, 3 de junho de 2011

OS INESQUECÍVEIS

Na semana passada eu fiz um post sobre as dez atrizes que fazem falta na TV. Na verdade a idéia inicial era fazer um sobre OS dez (homens e mulheres), mas tinha tanta gente, que resolvi dividir por gênero, e mesmo assim muitos ficaram de fora.

Agora chegou a hora de homenagear os dez atores que fazem falta, e muita, na minha TV. Espero que vocês gostem tanto quanto gostaram da lista anterior.


10º) MILTON MORAES

As pessoas mais novas não conhecem Milton Moraes, talvez por seus trabalhos não terem sido reprisados ultimamente. Mas o Canal Viva está aí pra isso e nos deliciou com a exibição de Anos Dourados (1986), em que Milton interpretou o inesquecível Morreu, músico da noite e que gostava de tomar umas a mais. Para os mais antigos, restam as lembranças do Quidoca de Bandeira 2 (1971/1972) , Lauro Fontana de O Espigão (1974) , Armando de Escalada (1975) e o Jofre de Dancin’ Days (1978/1979)


9º) JOSÉ LEWGOY

Famoso por seus trabalhos como vilão nos filmes da Atlântida, Lewgoy chegou à tv para mostrar serviço. O inesquecível Edgar Dummont de Louco Amor (1983) talvez tenha sido o seu trabalho mais marcante, mas devemos relembrar o Brigadeiro Campos de Anos Dourados (1986) e Ambrósio em Feijão Maravilha (1979).


8º) JARDEL FILHO

Jardel Filho foi um dos nomes mais importantes da televisão nos anos 70. Encarnando mocinhos, vilões ou fazendo comédia, Jardel sempre mexia com nossas emoções. Dono de um incrível talento, deixou muitos com raiva ao encarnar o preconceituoso Otto de O Homem Que Deve Morrer (1971/1972), mas também sabia ser sedutor, como em Coração Alado (1980/1981), em que viveu o trambiqueiro Von Strauss. Em Sol de Verão (1982/1983), Jardel nos deixou sem contar o final da história. Sua morte deu fim ao personagem Heitor, um dos mais populares de sua carreira e que ficou eternamente na minha memória.


7º) LAURO CORONA

Lauro Corona é lembrado como um dos atores mais bonitos que já apareceram na tv. Sua morte precoce deu fim a uma trajetória que seria marcada de muito sucesso. Jovem talentoso que brilhou nas novelas dos anos 70/80 ao lado de Glória Pires e Lídia Brondi, Laurinho era aposta certa como um dos grandes atores da sua geração. Em Direito de Amar (1987), Lauro Corona me deixou uma imagem inesquecível, quando seu personagem, Adriano, conhece e se apaixona por Rosália (Glória Pires), no baile de passagem do século e deseja à amada: “Feliz 1901, 1902, 1903...”


6º) GILBERTO MARTINHO

Gilberto Martinho foi um dos rostos mais freqüentes nas novelas dos anos 70. Marcado por papéis de Coronel, o seu Pedro Barros de Irmãos Coragem (1970/1971) se tornou um ícone, numa interpretação brilhante. Seguiram-se o Coronel Melk Tavares de Gabriela (1975) e o Comendador Almeida de Escrava Isaura (1976/1977). Em 1986, ao lado de Yara Côrtes, viveu uma sensível história de amor entre pessoas da terceira idade, no sucesso Roda de Fogo (1986/1987).


5º) CARLOS ZARA

Um dos pioneiros da tv, Carlos Zara figurava sempre entre os primeiros nomes nas emissoras em que trabalhava. Além de ator, também enveredou pela direção. Nos anos 70, formou, junto com Eva Wilma, com quem acabou se casando, um dos pares românticos mais famosos das novelas, como pode ser visto em Mulheres de Areia (1973/1974) e A Barba Azul (1974/1975), dois grandes sucessos da Tupi, escritos por Ivani Ribeiro. Na Globo, deu vida a tipos marcantes como o vilão César em Pai Herói (1979), o romântico dr. Ramos em Direito de Amar (1987) e o engraçado italiano Ricardo em Sassaricando (1987/1988). Ao lado de Eva Wilma, fez o seriado Mulher (1998/1999), seu último trabalho na tv


4º) MÁRIO LAGO

Ator, diretor, escritor, compositor e militante político, Mário Lago era um homem de muitas facetas. Mário, sozinho, daria um post enorme, tamanha a sua inquietação artística e social. A imagem mais marcante que tenho dele é a do personagem Atílio, na novela O Casarão (1976). Inesquecíveis as cenas em que ele, esclerosado, mexia estrume em uma velha banheira. Outros grandes momentos de Mário na tv, foram o Alberico, de Dancin’ Days (1978/1979), o Padre Lara em O Tempo e o Vento (1985), e o médico Molina, de Barriga de Aluguel (1990/1991).


3º) RAUL CORTEZ

O que falar sobre Raul Cortez? Quem o viu em cena sabe o que representou para a arte no Brasil. Homem de teatro, um pouco avesso à tv, com o tempo se acostumou ao veículo, tornando-se um ator popular. Protagonista de um dos maiores mistérios da teledramaturgia, o “Quem matou Miguel Fragonard?”, de Água Viva (1980), Raul atrelou sua imagem a personagems ricos e sofisticados, mas surpreendeu a todos com o hilário bicheiro Célio Cruz, na novela Partido Alto(1984). Nos anos 90, fez uma série de sucessos ao lado de Benedito Ruy Barbosa, sendo Jeremias Berdinazi de O Rei do Gado (1996/1997), o mais famoso deles. Em Senhora do Destino (2004/2005), desenvolvia, ao lado de Glória Menezes, um sensível trabalho alertando sobre o problema do Alzheimer, mas teve de se afastar da novela por problemas de saúde. Sua presença é tão marcante que, mesmo passados vários anos de sua morte, sempre tenho a impressão que ainda poderemos vê-lo em algum trabalho.


2º) CLÁUDIO CORRÊA E CASTRO

Ao longos dos anos, percebi que Cláudio Corrêa e Castro é quase uma unanimidade. Não conheço ninguém que não admire o trabalho de Cláudio ou que não sinta a sua falta. Tantos personagens, tantas novelas, tantos tipos marcantes. Podia ser vilão, vovô ou amigo conselheiro, personagem do primeiro escalão ou do terceiro. Em qualquer situação, Cláudio Corrêa e Castro sempre se entregava e nos brindava com grandes interpretações. O trabalho de Cláudio de que mais gostei foi o hipócrita Dr. Carneiro, em Anos Dourados (1986).


1º) PAULO GRACINDO

Vamos deixar de lado os entretantos e partir direto pros finalmentes! Paulo Gracindo foi o responsável pela criação de um dos tipos mais marcantes da teledramaturgia nacional, o prefeito Odorico Paraguaçú, em O Bem-Amado (1973). Quem viu, sabe do que estou falando. Ator de rádio, famoso pelo quadro Primo Pobre, Primo Rico, ao lado de Brandão Filho, e por seu trabalho como Albertinho Limonta, na versão carioca de O Direito de Nascer, pela Rádio Nacional, Paulo chegou à televisão e começou interpretar personagens secundários, sem muitas possibilidades de crescimento. Graças à recusa de Sérgio Cardoso em interpretar o bicheiro Tucão, em Bandeira 2 (1971/1972) , Paulo teve sua grande chance. Brilhou na trama de Dias Gomes e acabou sendo chamado para estrelar O Bem-Amado. Daí pra frente, tornou-se um dos principais nomes da televisão. Do aristocrático Antenor de Os Ossos do Barão (1973/1974), ao esclerosado Vovô Pepê, de Mandala (1987/1988), Paulo criou tipos dos mais diversos. Meu preferido é o Coronel Ramiro Bastos, que interpretou em Gabriela (1975), mas tenho lindas lembranças do quatrocentão falido Betinho, sucesso de Rainha da Sucata (1990). Revendo Gabriela, fico fascinado de como a interpretação de Paulo Gracindo era apurada. O olhar certo, o gesto certo, a entonação certa. Paulo Gracindo é uma verdadeira aula do que é ser ator.

4 comentários:

  1. Depois das mulheres, o tão aguardado post dos homens! Dos citados, meus preferidos eram Paulo Gracindo, Cláudio Corrêa e Castro e Milton Moraes. Eu também sinto que de repente poderemos ver Raul Cortez em alguma novela. Sinto isso com ele e com o Cláudio, talvez porque tenham partido não tão idosos, nem tenham demonstrado alguma debilidade por causa da saúde em seus últimos trabalhos.

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  2. Grandes ausências. Dos que tive oportunidade de ver, gostava muito de Mário Lago, Claudio Correia e Castro, Carlos Zara e Raul Cortez, sendo os dois últimos os meus super favoritos. Ainda hoje, lembro bastante do Cortez, seja vendo na TV ou longe dela - meu professor de italiano é igualzinho a ele!

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  3. Muito legal, Walter! Todos realmente fazem muita falta (e cada vez mais nos dias de hoje!).
    Adorava o Claudio Correa e Castro!

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