domingo, 17 de julho de 2011

O Astro: Simplesmente Perfeita.






Há exatos 10 anos eu não parava na frente da TV aberta para acompanhar o que quer que seja, na programação de qualquer emissora. Vi que, com o tempo, as programações foram perdendo a qualidade e tudo ficou superficial demais. Não que eu seja aquela pessoa intelectual, mas sentia falta de algo mais consistente para prender a minha atenção.


No que se referem às novelas, as coisas estavam indo de mal a pior, pois eu não via a magia que havia nas antigas novelas que eu assistia quando criança. Eram tramas rasas, sem entusiasmo nem empolgação. A impressão que eu tinha era que as novelas, de um tempo pra cá, eram “tarefas de casa” mal feitas. Eu via que os autores simplesmente tinham que se submeter a normas e regras idiotas que acabavam com o brilhantismo de suas obras. Assim abandonei as novelas.

Então, a globo, para comemorar os 60 anos da novela brasileira (que realmente merece todo o respeito do brasileiro) abriu um novo horário na programação, o das 23h, que sinceramente, estava em baixa. A obra escolhida foi uma que estava no meu imaginário desde sempre, O Astro. Novela da Janete Clair de 77. Sim, cresci com o mito “Quintanilha e Hayalla” na minha cabeça. Seria um remake do original sob responsabilidade de Alcides Nogueira.

Geralmente, eu tenho receio dos remakes. Sempre falo que os remakes são novas abordagens (Geralmente mais pobres) de grandes trabalhos (Seja na TV ou cinema). Se você assistiu ao original, tudo fica pior, pois as temíveis comparações sempre irão aparecer mais cedo ou mais tarde. Como não foi o meu caso, resolvi dar uma trégua a minha guerra particular às novelas e assisti a primeira semana.

Há tempos eu não via uma trama tão interessante quanto essa. Talvez porque a essência da Janete ainda esteja presente, talvez seja pela trilha sonora (que é maravilhosa) ou talvez seja pelo simples fato de eu estar voltando a assistir novelas. Seja qual for o motivo, eu tenho acompanhado de maneira natural a história da família Hayalla. 

Márcio Hayalla
Claro, ter nomes como Regina Duarte (Que sempre será a dona do grito tribal – MONSTRO), Carolina Ferraz (LINDA - como sempre), ou Tiago Fragoso (Um dos atores da nova geração mais talentosos que eu já vi, pois não é todo mundo que pode fazer, no primeiro capítulo, cosplay de abertura de novela, deixando um gancho impressionante para o segundo) ajuda bastante na hora de selecionar a TV na Globo. O elenco, alias, é o que tem me chamado a atenção. É um elenco, como eu costumo ler, redondo, sem falhas. Até parece que os personagens foram feitos especialmente para cada ator.

Herculano e Amanda
Puxando um pouco para a sardinha das mulheres... O que foi aquela troca de olhares no primeiro capítulo entre a Amanda e o Herculano, gente?! Eu fiquei sem fôlego, e eles dois, nos cinco segundos que apareceram em tela, conquistaram até o mais frio coração.  Foi lindo ver os dois juntos e o clima que paira todas as vezes que eles se veem. Acho que é o que tem me prendido mais. A forma como está sendo tratado esse romance. Somente uma coisa eu não concordo... A música tema: Easy do Faith no more é uma das músicas pop mais bonitas que existe, mas não deveria ser tema de nenhum casal, pois ela trata de separação, arrependimento... Mas ver a primeira vez deles dois ao som dela foi gratificante. 

Agora, como toda obra de proporções gigantescas, existem algumas falhas que não podem ser negadas. A trama é ágil demais, rápida demais. Os personagens passam por muitas coisas num curto espaço de tempo, não dando ao telespectador o tempo necessário para que ele absorva, com maior atenção, o que está acontecendo. A impressão que eu tive, era que havia uma ampulheta na hora da edição falando: “ei, ‘vamo’ logo com isso que eu ainda tenho que ir buscar o moleque no colégio”. O bom exemplo é que eu só vim realmente saber que o nome do personagem principal era Herculano, depois de ler algumas coisas para poder escrever esse texto. 

Quando preso e o personagem do Rodrigo Lombardi foi adotado pelo Cuoco (Aliás, achei brilhante essa homenagem que fizeram a ele chamando-o para ser o mentor daquele que dá o nome a novela), o “tempo” gasto no treinamento foi rápido demais; tudo bem que aquela cena foi mais para mostrar a passagem de tempo do Herculano na cadeia, mas no todo, a edição poderia ter perdido um pouco mais de tempo nisso, já que é isso que vai ser o alicerce da trama. Foram 50 min, dava pra ter gasto um pouco mais de tempo nesse treinamento.

Acho que a novela pode perder um pouco desse ritmo acelerado e preservar um pouco mais os problemas de cada personagem. Uma coisa que eu até agora fico me perguntando é saber o porque do Márcio ser tão revoltado com a condição dele e com o pai, como apareceu no primeiro capítulo. A impressão que me passou foi que ele sofria do velho problema “pobre menino rico”. 

Eu espero que isso seja esclarecido mais pra frente. São 34 anos de uma obra pra outra, a novela geração pode se utilizar da licença poética e travar um pouco mais o ritmo. A novela é boa demais para ficar se perdendo por detalhes idiotas e bobos, feito esse. E quando uma obra é boa, o que as pessoas menos querem é que ela termine logo. 

Mas que fique claro, eu também sempre quis saber quem matou o Salomão Hayalla! E você?

Vanessa (@Nessasc).

Um comentário:

  1. Fico feliz que o saldo de "O astro" tenha sido positivo na primeira semana! Vem muito mais por aí... não percam! Beijos e obrigadíssimo a todos os tatus por textos tão inspirados!

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