domingo, 1 de agosto de 2010

Quando ganhar não conta.

E a seleção masculina de vôlei ganha, mais uma vez, a Liga Mundial. Essa parece ser uma notícia comum, corriqueira. Desde que o técnico Bernardinho assumiu o comando da equipe, conquistar títulos, se tornou rotina. Dessa vez foi diferente. O Brasil conquistou o nono título da Liga, superando a outrora toda poderosa Itália, e se transformando na maior detentora de títulos da história do vôlei.
Vocês não acham que esses meninos (e a comissão técnica) são motivo de orgulho para o Brasil? Aparentemente não.
A mídia e a maior parte da população, mais uma vez ignoraram solenemente o árduo trabalho de seleção masculina de vôlei. Não importa quantos títulos eles ganhem, não vão ter o espaço merecido.
Um dia depois da conquista, os programas "esportivos" e jornais, só falavam da escalação da nova seleção de futebol. O futebol, aquele que perdeu na Copa do Mundo, aquele que tem cinco títulos (o que na minha conta, é menos do que nove), aquele que, muitas vezes, nos envergonha com jogadores mais interessados em ganhar milhões do que defender com dignidade a bandeira do seu país.
Esses meninos, desconhecidos por uma grande maioria, vestem a camisa do Brasil com orgulho e amor, conseguem resultados que nenhum outro esporte jamais conseguiu e são lembrados, no programa esportivo da maior emissora de televisão do país, com uma reportagem de menos de três minutos falando sobre o título. Isso é lamentável. Pior, é desestimulante.
O país do futebol será eternamente o país do futebol se não pensarmos (e aqui coloco como fundamental a participação da sociedade) em abrir espaço para outros esportes. Quantos jovens talentosos, corredores, nadadores, jogadores de basquete, handebol, polo e tantos outros esportes, podem estar espalhados pelo país, mas não tem a chance de se tornarem profissionais por causa dessa política/mentalidade do país do futebol.
Meninos e meninas do vôlei, continuem assim. Sirvam de exemplo para os jovens de todos os esportes, e até mesmo do futebol. Podem ter certeza de que nós temos muito orgulho de vocês.

Um comentário:

  1. É uma pena que tão pouca gente se importe com outros esportes que na minha humilde opinião são muuito mais bacanas que futebol e dão muito mais alegrias, que muitas vezes são tão abafadas. O Brasil não é um país de 190 milhões de pares de chuteiras, o problema fazer uma boa parte do povo entender isso e olhar um pouco além.

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