segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

King Kong sabia o que fazia!



Quando era pequeno, algo em torno de 6 ou 7 anos, fui ao cinema assistir King Kong. Aos 40, prestes a completar 41, tenho muitas memórias desse dia. A fila que pegava duas quadras, uma réplica de King Kong na Praça da Independência aqui em Santos e diversas cenas do filme. Só que o que mais chamou a minha atenção foi aquela moça linda por quem o gorilão se apaixonava. King Kong tinha toda a razão: Jessica Lange era apaixonante! Hoje sei que foi muito criticada por seu trabalho no filme, mas como eu era criança, não prestava atenção nesse tipo de coisa.
  2011, mais de trinta anos depois daquele dia, estou como King Kong: Completamente apaixonado por Jessica Lange. Durante esses anos, acompanhei pouco o seu trabalho. Confesso que o que mais me recordo é Tootsie, em que foi premiada com o Oscar de atriz coadjuvante. Sua interpretação em Blue Sky lhe rendeu o prêmio de melhor atriz. Ou seja, a loira bonita que havia sido massacrada pela crítica nos anos 70, havia conseguido provar o seu talento. Em American Horror Story, ela apenas confirma a qualidade de seu trabalho como atriz.
  Quando comecei a assistir a série (e não sou muito fã de séries americanas), me surpreendi com sua presença no elenco. Há tempos não a via atuando. A personagem Constance é, num primeiro momento, absolutamente odiosa, mas aos poucos vai mostrando outras nuances. É aí que Jessica Lange dá um show! A mulher que se apresenta como a mãe cruel da simpática Addy, portatora da síndrome de down, aos poucos vai mostrando que isso é apenas uma armadura. Constance sofre pelos filhos (os vivos e os mortos) e faz de tudo para manter a sua família feliz, dentro das possibilidades que o roteiro apresenta e do que ela própria entende como felicidade. Essa complexidade, inteligentemente captada por Jessica, faz com que a atriz deite e role. Impossível o público não ter raiva, pena, se emocionar ou rir com suas atitudes. A dobradinha com Evan Peters, seu filho na série, é ótima!
  O trabalho de Jessica Lange acaba de ser premiado com uma indicação para o Globo de Ouro. Não sei quais são suas chances, não conheço as outras concorrentes, mas torço para que ela seja a ganhadora. A série é ótima, mas sem Jessica, não sei se seria tão boa de assistir. A cada cena ela nos brinda com seu talento.
  Voltando aos meus 6 ou 7 anos, fiquei com aquela lição que um certo gorila me ensinou: Não tem como não se apaixonar por essa mulher!




2 comentários:

  1. Ainda não assisti a "American Horror Story", mas estou me interessando pelos capítulos... Sobre Jessica Lange, lembro que uma das minhas tias tinha uma amiga que falava muito dela, quando eu era criança; acho que já por causa do filme do King Kong, hehe.

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  2. Excelente! De fato, a interpretação de Jessica Lange como a Fay Wray de "King Kong" pode não ser a melhor, em termos de crítica especializada, mas quems e importa? É memória afetiva, e a crítica teria que dobrar a língua perante ela, anos depois. Abraço, Walter!

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