terça-feira, 28 de dezembro de 2010


Último post do ano e sem nenhum tema específico. Confesso que, quando o ano começou, achei que o Tatu acabaria abandonado como vários blogs que eu já criei, mas isso não aconteceu. Sei que não fiz postagens assiduamente, mas no balanço geral a coisa foi positiva. Tatu está aqui, completou um ano de idade e seguindo para o segundo.
2010 foi um ano bem interessante pra mim, mais positivo do que negativo, apesar de alguns percalços. Espero que 2011 seja ainda melhor.
É isso gente, eu e o Tatu desejamos a todos um 2011 maravilhoso, cheio de realizações, sucesso, saúde e amor.
FELIZ 2011

sábado, 18 de dezembro de 2010

Tatu novo.

Pode não parecer, mas eu sou completamente leigo pra ficar arrumando blog, sites e coisas do gênero. Não sei mudar background, não sei colocar música. Resumindo: Não tenho coordenação motora digital. Daí surge a Evana Ribeiro pra me salvar e mudar o visual do Tatu. Esse é um post de agradecimento.
VALEU, EVINHA!!!!

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Quando o infantil não é tão infantil.

Ontem finalmente fui assistir Harry Potter e As Relíquias da Morte Parte 1. Muitos estranham o fato de eu gostar da série, alegando que é uma história infantil, etc, etc. Na minha opinião Harry Potter é o que tem de melhor atualmente em literatura infanto juvenil, moderna literatura infanto juvenil, claro. Claro que também não sou um especialista no assunto, mas falaremos disso mais adiante.
O filme correspondeu a todas as minhas expectativas em relação à produção, atuações e toda a parte técnica envolvida. É um blockbuster, com todos os efeitos especiais a que os apreciadores do gênero tem direito. Mas o que mais me chamou atenção, e confesso que já esperava isso, é que Harry Potter e As Relíquias da Morte, apesar do universo mágico em que ocorre, não é um filme infantil. Está longe disso.
Quem vê o primeiro filme (ou lê o primeiro livro) da série, não pode imaginar que as coisas vão chegar ao ponto em que chegam na sétima aventura. Em Harry Potter e A Pedra Filosofal, fomos apresentados, assim como o próprio Harry (com 11 anos então), a todo um mundo de fantasia. A história do menino bruxo que foi criado sem saber a sua origem e que descobre ter uma vaga na maior escola de bruxaria do mundo. Com esse conhecimento, outros fatos são revelados. Seus pais não morreram de acidente de carro, mas foram assassinados pelo cruel Lord Voldemort, o bruxo mais temido de sua época. Por alguma razão (que vai sendo explicada ao longo da série), Harry sobreviveu a um feitiço mortal e ainda por cima, foi responsável pelo desaparecimento de Voldemort. Anos depois, Harry deve impedir a volta do bruxo, que precisa da pedra filosofal para recuperar seu corpo. O enredo é infantil e batido, sem novidades, mas levado com competência pela autora J.K. Rowlings. Daí pra frente cada livro/filme corresponde a um ano escolar do protagonista e seus amigos e acontece então a parte mais interessante e mais inteligente do projeto da autora: Os personagens deixam aos poucos de ser crianças e seus problemas vão se tornando cada vez mais adultos. Os personagens amadurecem junto com os seus leitores.
Quem acompanhou a série, pode perceber que a cada história, o enredo tomava tons mais sombrios, quase violentos. Em Harry Potter e O Prisioneiro de Azkaban, os leitores são apresentados aos dementadores, criaturas que sugam toda a felicidade e esperança existentes nas pessoas. Quando atacada por um dementador, a vítima vira uma casca sem alma. Essa é a metáfora usada pela autora para falar da depressão e de sua vontade de cometer suicídio. Claro que tudo isso é apresentado de forma gradativa, sem chocar, mas já mostrando que aquele enredo infantil vai um pouco mais além do que se espera.
A quinta história talvez seja a da grande virada. Em Harry Potter e A Ordem da Fênix, o Ministério da Magia (sim, todo o universo mágico é regido por leis como as nossas), não querendo de desestabilizar com a suposta volta à vida de Lord Voldemort, acaba fazendo uso da imprensa oficial para desacreditar seus adversários e só publicar o que é interesse do governo. Controle da imprensa pelo governo, organizações políticas clandestinas, espionagem, traição e morte. Temas bem pouco prováveis em um livro infantil. É aqui que conhecemos a história de Neville Longbottom, um dos amigos de Harry. Os pais do menino vivem em um hospital, porque foram torturados pelos seguidores de Voldemort até enlouquecerem.
Em Harry Potter e As Relíquias da Morte, uma das cenas que mais me chamou atenção foi a de Harry e seus amigos, Rony e Hermione, agora fugitivos, já que os aliados de Voldemort assumiram o Ministério da Magia, andando por lugares desolados enquanto no rádio, o locutor passa os nomes das pessoas desaparecidas, provavelmente mortas por se colocarem contra o atual regime. Me lembrou um pouco os filmes Resident Evil e Extermínio. Outra cena que gostei foi a de Harry e Rony prisioneiros em uma masmorra e ouvindo os gritos de Hermione, que está sendo torturada no andar de cima.
Claro que as tintas não pesam demais, é um filme para diversão e com público específico, mas vale a pena observar esse enredo com outros olhos.
Quem leu a obra dos Irmãos Grimm, sabe que requintes de crueldade não são novidade nas histórias infantis, mas o cinema sempre deu um jeito de amenizar isso. Na Cinderela original, a Madrasta é obrigada a vestir sapatos de ferro em brasa, o que obviamente não aconteceu na história da Disney. Isso não tira o mérito de Harry Potter, que, se não inova, pelo menos tenta fugir um pouco da mesmice atual.
A verdade é que a série Harry Potter conseguiu um feito. Criou milhões de leitores em uma época em que as crianças e adolescentes cada vez mais se distanciam desse hábito. A estrutura criada em forma de saga e que atrela o crescimento dos personagens ao dos leitores é o grande acerto da autora, já que ela cativa o público, que se identifica com os protagonistas e com seus problemas, já que, além dos temas citados anteriormente, outros são discutidos, como o primeiro amor, entrada na adolescência, etc , etc.
Quem tentar ler, não espere grande profundiade, esse não é o objetivo, mas não podemos negar a criatividade da autora que, entre outros méritos, criou um universo crível e cheio de detalhes, o que dá grande veracidade à história. É essa a fórmula que conquistou multidões e que, sem dúvida, será copiada de agora adiante. Os personagens crescem, a história evolui e, no final das contas, o infantil acaba não sendo tão infantil.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Vivinha

Sei que apenas os íntimos ou os amigos, chamam Eva Wilma de Vivinha. Essa é a forma carinhosa com a qual essa grande estrela é tratada. Aqui eu vou pedir licença para também chamá-la assim. Sem ser entrão, não há como não ter uma certa liberdade com alguém que frequenta a minha casa há tantos anos. Estou falando da televisão da minha casa, é claro.
Às vezes acho que meus textos são um pouco melodramáticos, lembranças de infância, memória afetiva, blá blá blá, whyskas sachê, mas eu gosto de novela, então não posso fugir muito disso. Preparem a insulina e vamos lá.
Como fui uma criança relativamente precoce, a minha primeira lembrança de Vivinha é de 1973, quando ela vivia as antologicas gêmeas Ruth e Raquel de Mulheres de Areia, sucesso de Ivani Ribeiro apresentado pela TV Tupi. Nessa época eu tinha apenas dois anos e fui com minha família até Itanhaém para assistir as gravações. Me sentia como Leila Diniz num filme de Glauber Rocha: Não fazia a mais vaga idéia do que acontecia, mas estava me divertindo. Minha maior preocupação naquele momento era sair correndo pela praia pra chegar até uma casinha que ficava em cima de um morro. Se não me engano (e devo estar enganado), era a casa do Tonho da Lua (Gianfrancesco Guarnieri). Quando eu estava no pé do morro, minha mãe destruiu minhas ilusões, me capturando e levando de volta. Tratarei disso com Flávio Gikovate. Naquele dia tiramos várias fotos, inclusive uma com minha irmã, minha avó, Vivinha e uma intrusa qualquer. Até hoje as fotos estão guardadas comigo. Contei tudo isso pra dizer que Eva Wilma faz parte das minhas mais tenras lembranças.
Meu reencontro com Vivinha aconteceu vários anos depois, em 1980, na novela Plumas & Paetês de Cassiano Gabus Mendes. Daí em diante, comecei a prestar mais atenção no trabalho dela, inicialmente de forma apenas sentimental e depois, com o passar dos anos, de forma crítica. Eva consegue transitar pelos gêneros com uma facilidade tremenda. Pode ser uma vilã odiável, como a Maria Altiva de A Indomada (1997), uma mãe doce como a Angelina de De Quina Pra Lua (1985/1986), uma médica que defende a ética profissional a qualquer preço, como a Doutora Marta do seriado Mulher (1998/1999) ou Hilda, a esposa submissa, mas extremamente forte de Pedra Sobre Pedra (1992). Vivinha é capaz de ser qualquer coisa, qualquer pessoa. Se entrega às personagens de forma completa e nos brinda com interpretações marcantes.
Na minha modesta opinião, Eva Wilma é a mais hollywoodiana das nossas atrizes. Não que ela seja uma estrela difícil, cheia de vontades, mas possui o brilho das grandes estrelas dos anos 40 e 50. Eva tem a mesma aura de Grace Kelly, Ingrid Bergman, Elizabeth Taylor. Tem o rosto pelo qual a câmera e o público se apaixonam. Se Vivinha fosse americana, não tenho a menor sombra de dúvida de que hoje seria uma estrela com o mesmo destaque que as atrizes que mencionei. Eu sei que a Ingrid Bergman não era americana...vocês entenderam o que eu quis dizer.
Além de tudo o que eu já falei, Eva Wilma ainda faz parte da geração que fundou a televisão brasileira. É história viva e deve ser reverenciada como tal. Tudo o que se faz hoje na televisão tem, de uma forma ou de outra, influência de Eva Wilma, dela e de tantos outros como Lima Duarte, Laura Cardoso, Vida Alves, etc, etc.
Numa época em que as atrizes querem lutar contra o envelhecimento a qualquer custo, Eva Wilma nos mostra como é envelhecer com dignidade. Sem tentativas de parecer mais nova, ou de retardar a passagem do tempo, Vivinha assume a sua idade e faz isso com a maior tranquilidade, consciente do seu dever cumprido, tanto na vida pessoal quanto profissional.
Citei algumas atrizes anteriormente, mas a que mais se assemelha a Eva Wilma, na minha concepção, é Audrey Hepburn. Acho que essa comparação deixa claro o que quero dizer.
No ar em Araguaia de Walter Negrão, Vivinha nos brinda novamente, com mais um meticuloso trabalho, com a mesma entrega mostrada em anos de carreira. Essa entrega significa respeito à profissão que abraçou, mas principalmente, respeito ao público.
Como parte desse público, eu reverencio e aplaudo Vivinha.
Bravo!